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Sebastião
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O Campeonato Paraibano entrega um nível técnico baixíssimo há muitos anos. Fato consumado e de conhecimento de boa parte dos espectadores que acompanham as disputas organizadas pela Federação Paraibana.

Ainda assim, este que escreve se fez presente no Amigão para acompanhar o confronto entre Serrano e Sousa, na expectativa e vontade de entender o que as duas equipes pretendem executar até o fim da competição. A decepção, no entanto, tomou conta e novas ideias surgiram para escrever neste espaço. Reflexões precisam ser feitas.

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Porque além da incansável disputa e entrega individual dos atletas em campo, nada consegue ser visto do ponto de vista estrutural e coletivo. A ultrapassada convicção do “vamo, vamo! Marca, marca! ” ainda assola o futebol do nosso estado, assim como em vários outros que possuem clubes pobres em finanças e gestão.

Sendo assim, para alguém que enxerga a qualidade individual como meio de enriquecer o coletivo que vai potencializar o poder criativo do atleta – ou seja, um processo repetitivo que engloba os comportamentos de uma equipe -, é sofrível acompanhar um jogo tão pobre de ideias.

Ciclo que embasa uma equipe organizada. O coletivo potencializa o individual, que enriquece o coletivo.

“O que fazer quando perco a bola? O que fazer quando a retomo? ”. Perguntas que exemplificam o processo de construção das transições defensivas e ofensivas, respectivamente, de uma comissão técnica que se preocupa em estruturar o modelo de jogo de sua equipe a partir de um pensamento linear.

Poucos que pensam dessa forma passaram pelo estado. E quando aqui estiveram, receberam críticas e impaciência daqueles que formam opinião ou torcem pelos clubes. Pois estes simplesmente não conseguem entender a necessidade de tempo para maturar processos e conceitos. Por consequência, as mesmas caras rodam nos clubes paraibanos por encontrarem resultados mais rapidamente, porventura, e induzem suas equipes a jogarem a partir do puro empirismo dentro de campo.

E pouco se é feito para mudar o cenário devido a passividade de uma mídia esportiva detentora – quem sabe – de baixo senso crítico; e gestores que se deixam influenciar pelo lado torcedor. Afinal, o jogo não é pensado e levado a sério como precisa ser.

Talvez, por um espasmo de ousadia, perguntar a um treinador qual é o seu objetivo quando está em domínio da bola, indagando quais mecanismos serão utilizados para desequilibrar o adversário ou abrir espaços, seja mais interessante do que solicitar uma avaliação do resultado – este que parece ser o carro-chefe para tudo. Nunca é encarado como consequência de um processo, mas sempre como variável predominante de todas as coisas que acontecem em campo.

Precisamos mudar nossa cultura. O Brasil vem percebendo isso, mas pouco se é feito para iniciar o processo de mudança.

Twitter: @Adriano_Dantas1

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