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Sebastião
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Futebol é aleatório. Não há receita pronta ou uma trilha do que é “correto” a seguir. Planejar, estruturar, buscar a profissionalização.

Ainda que existam raras exceções, mais numerosas em um nível tão baixo quanto a quarta divisão nacional – com todo respeito aos profissionais que a disputam -, as virtudes citadas acima são o que os campeões geralmente apresentam.

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Campina Grande viveu o mesmo lado no tocante a preparação para a Série D 2018, mas as duas equipes obtiveram resultados diferentes. O Treze vive a expectativa de sagrar-se campeão brasileiro; e o Campinense torna a seguir no seu maior pesadelo nas quases duas décadas.

O que dizer? Mensurar o que foi competência ou incapacidade é uma tarefa difícil. Mas resgatar o que foi dito na primeira frase deste texto talvez seja o mais justo: aleatoriedade. Inúmeras formas de buscar o mesmo objetivo: o resultado.

Ainda assim se faz necessária algumas reflexões no cenário que envolve o enterro das pretensões do Campinense em 2018.

Porque a cada 90 minutos estamos diante de um jogo. E como tal se faz necessário esperar ações que prevaleçam estratégias, formas de pensar, armadilhas criadas e a tentativa de manipular o oponente. Tudo isto como produto da organização. Trabalho e transpiração que transformarão ideias e conceitos em execução no campo.

Então de quem é a culpa? Ora, se duas equipes entram no gramado para vencer, como apontar o dedo e escolher um culpado?

É bem verdade que as ações em campo partem primeiro de um plano individual. Também é fato que más decisões ou erros individuais podem custar um resultado. No entanto, esqueçamos um pouco a cultura de caça às bruxas que consome o torcedor brasileiro, e tentemos enxergar o macro.

O preparador físico espanhol Pedro Gómez Piqueras – respaldado por seus bons trabalhos em categorias de formação no seu país -, abordou em sua obra “EL FUTBOL ¡NO! ES ASÍ. ¿QUIÉN DIJO QUE ESTABA TODO INVENTADO?” a tendência que as pessoas têm em avaliar o futebol em âmbito subjetivo.

Com “Efeito Borboleta” (teoria do caos) relacionou os momentos críticos do jogo que influenciara a avaliação final. Quantas vezes já não nos deparamos com um amigo ou familiar proferindo um “Se o árbitro expulsa o cara que já tinha cartão, venceríamos o jogo!”?

Indagando a afirmação do suposto familiar ou amigo: se de fato ocorresse a expulsão, o jogo seria outro, ou não? O adversário poderia se defender melhor em função da desvantagem numérica. Ou não. O fato é que este “ou” é a chave para tudo. O esporte que tanto amamos é caótico e imprevisível – reitero como palavra chave para este escrito.

As ações anteriores condicionam às seguintes. Como o gol contra que desestabilizou Fernandinho no confronto entre Brasil x Bélgica. Ou puxando para a organização tática e coletiva, os problemas em transição defensiva que cederam tempo e espaço para Juninho Quixadá ser lançado nas costas dos zagueiros rubro-negros, além do 1×1 seguinte.

Transição defensiva confusa do Campinense. A dúvida entre encaixar a marcação, correr juntos para se reorganizar defensivamente, ou pressionar o oponente com a bola foram alguns dilemas que custaram caro.
Consciente dos problemas do Campinense nesta fase do jogo, Marcelo Vilar assumiu o risco e optou por não contar com o retorno defensivo do ótimo desafogo Juninho Quixadá. Foi letal.

Não existe culpado nas quatro linhas. O campo apenas é um reflexo de milhares de situações que ocorrem no cotidiano de um clube de futebol. As sessões de treinos, além da conduta interna dos profissionais envolvidos. E ainda que todo o universo que envolve a temporada de um clube conspire para o sucesso, a aleatoriedade do jogo trata de amassar e estragar todas as pretensões.

E quando se alcança tal estágio e o sucesso não é alcançado, resta reconhecer méritos. Ser um vencedor não se resume apenas ao ato de ganhar. Expandir horizontes para ir além do “minha equipe perdeu” para atingir “o adversário me venceu”.

@Adriano_Dantas1

 

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