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Sebastião
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Foto: Pedro Souza/Atlético

Dono da maior torcida da Paraíba, na disputa entre os clubes locais, o Treze não tem mais jogos oficiais para disputar em 2022. O quarto mês do ano nem terminou e o Galo da Borborema não tem mais nada a disputar na temporada. Ao mesmo que tempo que revela um calendário cruel para clubes que não estão nas principais divisões do futebol brasileiro, a falta de partidas também expõe a dificuldade financeira do Treze para montar boas equipes. É aí que Hulk entra na história.

 O artilheiro não vai deixar o Atlético-MG para jogar pelo Treze, o sonho dos dirigentes do clube paraibano é que o atacante seja um investidor. “Nós constituirmos um grupo para fazer o projeto, e acredito que ficará ponto entre 20 e 30 dias. Esse grupo está analisando toda a parte legal, o valor do clube e o qual o melhor modelo para a gente adotar. Temos três modelos em vista, mas vai depender do que o Conselho Deliberativo aprovar e até mesmo do interesse do investidor”, contou o presidente em exercício do Treze, Artur Bolinha, ao UOL Esporte.

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Hulk nasceu em Campina Grande e por influência do pai (Gilvan), tinha o Treze como o seu clube local. No início da década passada, quando ainda era jogador do Porto, Hulk e o Treze chegaram ter uma parceria para as categorias de base. Por se tratar de um jogador de futebol bem-sucedido, que tem ligação com a cidade e com o clube, o atacante do Atlético-MG será o primeiro potencial investidor procurado pelos dirigentes do Treze.

“Naturalmente vamos procurar Hulk, para que seja o investidor dessa mudança do Treze. Por ser daqui ele é torcedor do clube, e naturalmente termina sendo uma ponte até ele. Ainda não teve nenhuma conversa diretamente com o Hulk, mas com pessoas próximas, então ele já tem ciência do nosso interesse. Mas ainda não foi marca uma reunião formal, para saber se ele tem interesse ou não, o que só vamos fazer quando o projeto estiver finalizado”, explicou Artur Bolinha.

Mais do que dinheiro

O custo do Treze para disputar o Campeonato Paraibano foi de R$ 1,1 milhão, contando do primeiro de treino na pré-temporada, em dezembro do ano passado, ao último jogo, a derrota por 1 a 0 para o Souza, em 10 de abril, pela segunda fase do torneio. É menos do que Hulk recebe por mês no Atlético-MG. Portanto, na teoria, o atacante não teria dificuldade para investir no Galo da Borborema. Mas o interesse em ter Hulk como proprietário da SAF do Treze vai além da questão financeira.

Por se tratar de um grande nome do futebol nacional, os dirigentes do clube paraibano acreditam que Hulk seria capaz de atrair outros investidores, novos patrocinadores e até mesmo atletas.

“A marca dele é muito grande, é um cara da cidade, emocionalmente tem vínculo. Tudo isso favorece. Além disso, o Hulk tem como atrair mais gente para o projeto”, disse Artur Bolinha, que é vice-presidente, mas atualmente o ocupa o cargo de presidente após Olavo Rodrigues se afastar do cargo por questões médicas.

Outro ganho importante seria na projeção do Treze. Como Hulk é um jogador carismático e querido por torcedores de diversos clubes, a imagem do Galo da Borborema teria um ganho relevante.

“Hulk é atleta, focadíssimo. É um atleta de verdade, e só conheço um cara igual, que é o Cristiano Ronaldo. Para o jogador estar no nível que o Hulk está, com quase 36 anos, é preciso ser mesmo um atleta diferenciado. Além disso, o Hulk é muito acessível, ele é humilde, um líder muito completo, que influencia as crianças, exercer um papel muito importante no imaginário do torcedor”, comentou o dirigente.

Cruzeiro de Ronaldo é exemplo

Ronaldo assinou durante a semana o contrato de compra de 90% das ações da SAF do Cruzeiro. Portanto, desde quinta-feira, o Fenômeno é efetivamente o dono do futebol cruzeirense. Mas não foi um processo fácil, que passou por votações no Conselho Deliberativo e até mesmo por briga de liminares. No fim, como a torcida desejava, os pedidos de Ronaldo foram atendidos e a compra confirmada.

O tema da discórdia foi a inclusão das Tocas da Raposa I e II na negociação, em troca de Ronaldo assumir a dívida tributária do Cruzeiro. Por tudo o que o clube mineiro passou nos quatro meses entre a divulgada do acordo com o Fenômeno e a confirmação da venda, a Raposa virou exemplo para o Treze.

“O Treze é pequeno se comparado ao Cruzeiro, mas o que aconteceu lá serve de lição. Acredito que o Cruzeiro, pela necessidade que passava, fechou os olhos para a questão da lei da SAF, que previu algumas dívidas, mas não deu alcance à dívida tributária. O Treze não tem uma dívida tributária tão grande como Cruzeiro, é um valor pequeno e bem administrável. Mas é importante analisar todos os pontos, para não ficar vulnerável e sofrer bloqueios. Não queremos correr esse risco com o nosso investidor”, comparou Artur Bolinha.

“O que tem remanescente (dívida tributária) é pequeno. Então, isso é completamente administrável. As dívidas maiores que temos são a trabalhista e a de natureza. Mas não é algo que vai criar algum impacto no investimento”, completou o dirigente.

No máximo 13 jogos em 2023

Eliminado na segunda fase do Campeonato Paraibano, o Galo da Borborema disputou apenas nove jogos em 2022 e fechou seu calendário com a derrota para o Souza, por 1 a 0, no último dia 10. O que significa dizer que o calendário de 2023 não será muito diferente, já que a eliminação precoce no Estadual deixa a equipe de Campina Grande sem vaga para a Copa do Brasil e fora da Série D do Campeonato Brasileiro.

Caso o regulamento do Paraibano seja mantido em 2023, o Treze vai disputar no máximo 13 partidas oficiais, desde que chegue à final da competição. O martírio do Galo da Borborema começou em 2020, com o rebaixamento da Série C para a Série D. No ano passado, como não conseguiu o acesso no Campeonato Brasileiro e no Estadual ficou na quinta colocação, o Treze não conquistou vagas para os torneios nacionais em 2022.

Para mudar o rumo do clube, a SAF é vista como o melhor caminho, assim como outras equipes do país já adotaram. Entre as claúsulas que serão colocadas no contrato, o presidente Artur Bolinha prevê a construção de um Centro de Treinamentos.

“O Treze tem a maior torcida da Paraíba, então é um clube com potencial enorme, que tem uma perspectiva de retorno do investimento. Naturalmente não temos um CT, é algo que precisa ser construído, pois o time treina no nosso estádio e não é o ideal. O plano é fortalecer a estrutura do clube, a base, para ter retorno no futebol. Mas temos uma torcida fanática, que compra camisa”, completou o dirigente.

Não existe uma pesquisa confiável que aponte a torcida do Treze como a maior da Paraíba entre os clubes locais. No entanto, a diretoria se pega muito nos resultados da Timemania. Em 2021, por exemplo, o Galo da Borborema foi o 20º clube do país mais marcado nas apostas. Foram mais de 1 milhão de apostadores que marcaram o Treze como o clube do coração.

PB Esportes com informações de Victor Martins\ Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte (MG).

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