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Quando o Campinense oficializou o nome do seu novo comandante técnico, ficaram claras as intenções. Da resposta ao rival que havia anunciado o responsável pelo maior título da história da instituição; até a necessidade por encontrar um perfil mais firme, desconsiderando – mais uma vez – o campo e bola.

Diagnosticar o que será do clube e equipe até o fim da temporada é equívoco. Mas é necessário apontar sintomas: as vitórias em um contexto de baixo nível técnico e tático, como o Paraibano, não poderiam mascarar como já mencionado aqui, o empirismo e a dependência individual que reinam em uma equipe desorganizada e mal explorada.

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Um modelo de jogo bem estruturado não significa “castrar” o poder individual e do improviso dos atletas. Os lances que decidem uma partida, em sua maioria, partem da aleatoriedade e talento. Mas não se pode seguir apenas nessa linha. Como diz Tite: “O futebol brasileiro é de organização no primeiro e segundo terço, e qualidade individual no terço final de campo”.

Os três terços do campo e o que representam. (Foto: reprodução/Caio Gondo)

Saber construir bem significa atacar bem. Abrir espaços, induzir o adversário ao erro e, depois, deixar a qualidade de seus melhores jogadores aflorar em condições ideais para um drible, passe ou finalização. Treinar e conseguir executar comportamentos nas seis fases do jogo são pré-requisitos atuais. Mas quando não são aparentemente treinados, restam apenas os espasmos de Thiago Potiguar ou Marcinho para desafogarem os lances de um Campinense pobre.

Por isso Oliveira Canindé foi estratégico. Inteligente perante ao contexto de pressão que a equipe se apresentava para o primeiro clássico do ano. A coluna mencionou no último texto que lançar Fábio Neves e Tininho seria uma boa opção. Ainda que não tenham partido do 4-3-2-1 aqui dito, a dinâmica de flutuação dos dois atletas impulsionou o Treze a construir bem seu jogo. Dedé saindo da direita abria o corredor para Ferreira e iniciava as ações com Johnnattan e Alberto para encontrar espaços generosos entre as linhas do Campinense.

Porque a leveza por dentro gerava vantagem contra o pesado Fábio Silva e o desnorteado Fernando Pires que, desde a estreia no estadual, atua em baixa intensidade. Restava Marcelo altamente sobrecarregado.

Aproveitar a lentidão na transição defensiva rubro-negra também foi trunfo do Galo. Roubar, principalmente com o ótimo Johnnattan, e sair em velocidade. Assim como no lance do gol. Rayro conduzindo em velocidade com liberdade e espaço. Com Reinaldo Alagoano, chegou a gerar situação de 2×2 contra Rafael Jensen e Rafael Araújo. O camisa 9 aproveitou a indecisão do Araújo na marcação e finalizou. Gol defensável e que caracterizou falha do goleiro Jeferson, na opinião deste que escreve.

Campinense volta a defesa com primeira linha de quatro, mas cedeu muito espaço entre as linhas. Treze aproveitou com mobilidade partindo do 4-2-3-1.

A frente no placar, recuperar a confiança para a sequência talvez fosse a melhor escolha. Ceder a bola ao Campinense e negar espaços com sabedoria. Deslocar Fábio Neves para o centro e retirar Tininho na volta do intervalo – talvez por necessidade da recente saída do Departamento Médico – anulou uma das melhores peças do rival no primeiro tempo. Alex Murici pouco produziu ofensivamente pela preocupação em fechar os espaços do impetuoso e vertical Caíque.

Assim como lançar Guto entre 25 e 30 minutos para ganhar em posse e pausas no meio-campo. Controlou e não sofreu. Entendeu que o desempenho poderia ficar para depois e que ganhar o clássico pode significar um novo pontapé para solidificar o processo.

Merecer para ganhar!

Campinense muda para o 4-2-3-1 no segundo tempo, mas esbarra na lentidão dos atletas centrais. Sofreu para abrir espaços, como de costume.

Twitter: @Adriano_Dantas1

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