
Finalizada a sexta rodada do Paraibano, restam quatro jogos para o término da primeira fase, e eis que os Maiorais despontam na frente dos adversários. Agora, já se considerando do meio pro fim do returno, devem se permitir fazer contas, estudar o regulamento para carrega-lo debaixo do braço e projetar um futuro, que pode ser desenhar quase que lindamente para os times de Campina. A preço de hoje, há uma boa chance de Treze e Campinense voltarem a decidir o Campeonato Paraibano de Futebol, fato que não acontece desde 2008. Na ocasião o Campinense levou o caneco. E deixou, nesses dez anos, saudade nos mais entusiasmados esportistas que querem ver o Clássico valendo títulos.
Mas tem que ficar de olhos bem abertos! O regulamento prevê que os primeiros colocados de cada grupo na primeira fase têm vaga direta na semifinal, jogando por resultados iguais e como mandantes no jogo da volta. O adversário nesta fase, que é a terceira da competição, é definido por índice técnico, de acordo com a fase anterior: um mata-mata entre o segundo e terceiro colocados de cada grupo. Daquelas coisas meio sem sentido que a gente, infelizmente, se acostumou a ver pelas bandas de cá do no nosso futebol, né? No regulamento está explicitado que, para efeito de índice técnico, leva-se em conta a pontuação dos clubes na primeira fase. Calculadoras a postos!
Hipoteticamente: se a primeira fase terminasse hoje, teríamos Nacional de Patos contra o Botafogo de um lado, e CSP contra Serrano do outro, disputando uma vaga na semifinal. Daí, saem o que a Federação chama de “terceiro e quarto colocados” por índice técnico na segunda fase. Imaginemos que o Serrano, hoje com 7 pontos, ganhasse um jogo e empatasse outro contra o CSP, garantindo a vaga. Seriam 4 pontos conquistados na segunda fase, 11 no total. O Nacional de Patos hoje tem 13 pontos ganhos, enquanto o Botafogo tem 12. Independente do resultado, teriam mais pontos que o Serrano.
Portanto, teríamos o primeiro lugar geral, Campinense, contra o quarto colocado geral, o Serrano. Do outro lado, o Treze contra o vencedor de Nacional de Patos e Botafogo.
É o que se desenha, ainda que seja uma hipótese. Em tempo, os três primeiros colocados do Grupo A – Campinense, Nacional de Patos e Botafogo – conquistaram mais pontos que o primeiro do Grupo B, o Treze.
Fato é que, nos bastidores, a gente sabe que tanto Treze quanto Campinense querem fugir do Botafogo. E não acho que haja nenhum demérito nisso. É o time com maior investimento no estado. O Belo faria o mesmo. Eu discordo do ditado que diz que time que quer ser campeão não escolhe adversário. Acho que o campeão tem que passar por cima mesmo, ganhar de todo mundo. Mas se puder ver seus dois maiores concorrentes mantando um ao outro e facilitando seu caminho, é melhor, não!?
Este é o privilégio que, a preço de hoje, o Campinense pode ter. Se vencer três dos quatro jogos que lhe restam, garante o primeiro lugar geral. Ainda há muita bola pra rolar nestas quatro rodadas que nos restam e muita coisa ainda pode mudar.
De volta à nossa utopia de ver Treze e Campinense decidindo o estadual, só não seria melhor por um pequeno detalhe, acordado pela CBF em conjunto à Liga do Nordeste ainda no ano passado: A partir de 2019, os campeões estaduais garantem participação direta na Copa do Nordeste, mas os times da pré-Copa do Nordeste são definidos de acordo com o ranking da CBF. Na Paraíba, o Botafogo é o melhor ranqueado. Ainda que decidam o estadual, não temos chance de ver os dois clubes campinagrandenses disputando juntos a mais charmosa competição regional do país. Aos Maiorais, resta levar o título estadual. Se o Belo for o campeão, o Campinense deve herdar a vaga por ranking. Ainda teriam a Copa do Brasil, as duas vagas na Série D de 2019 e, principalmente, o lugar que merece o maior clássico do estado: disputar títulos. Se é cedo ou não, é outro história, mas o futebol de Campina merece. Fica a torcida desde já.