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Sebastião
PROJETO-GILNEY-2

A velha máquina de escrever parecia um bibelô ocupando um canto significativo na sala mais importante do futebol paraibano.
A nova presidente entrou em silencio, lançou um olhar geográfico, a viu, permaneceu muda, sentou-se a poltrona giratória, observou e acho que até tentou tatear a santa que um dia fora desprezada, e , acredito, deve ter recostada a cabeça e imaginado, o que gota serena ia fazer com tudo aquilo, não, não falo nem da santa e nem da máquina de escrever.
Michelle, que não tem nada de Obama e nem de Pfeiffer, tem uma missão indigesta: mostrar ao futebol paraibano que o local de comprar e vender nunca foi e nem será ali, que o futebol paraibano não tem preço que a honra do futebol paraibano nunca esteve a venda que a única coisa que se vende ali são direitos que já pertencem aos associados que ela representa.
Depois de escândalos que se iniciaram bem antes da Dinastia Gomes, o futebol paraibano arfa, mas não estica as canelas.
Campeonatos deficitários, clubes em dividas eternas, árbitros arrogantes, estádios que não merecem o nome, gramados assassinos, leis descumpridas, preços absurdos, esquemas com vírus hibernado.
Favores trocados, árbitros comprados, resultados vendidos. O maior campeão do estado envolvido em denúncias que resultaram em afastamentos e julgamento, igualmente o segundo maior campeão…
Como moralizar a prática das negociatas? Simples. Acabando.
Derna que quando era rapazote e torcia pelo Esporte de patos que ouvia e até presenciava atos de roubalheira combinada, surras que árbitros levavam Paraíba afora, campeonatos que já começavam com final decidido. Times do interior (Campina não é interior) corriam feito loucos para que no final acontecer o que aconteceu como o Nacional de Patos ( eita, também do interior).
Tem um radialista que não é mais o PB1 que esbravejou em vídeos a compra de árbitros quando ele era representante do Atlético de Cajazeiras. À toa? Acontecia e não tínhamos sequer certeza? Oxe e serve pra que o benefício da dúvida???

Michele tem uma vasta experiencia na parte jurídica e sabe acompanhar o mover-se das ondas, esperamos que ela saiba surfar também, porque a maré pode ser que esteja muito alta, mas como diria aquele barbudinho, pode ser marolinha.
Ex- advogada do Treze F.C, ex- auditora do STJD, ela assume a Federação com o olhar troncho de Campinense e vesgo do Botafogo, mas leva na responsabilidade uma coisa maior que a paixão clubista ( se é que ela tem clube) que é a necessidade de acertar, de tirar o futebol paraibano do lamaçal a que foi jogado, inda agorinha.
Antes disso, ela soube que aquela maquina de escrever é a responsável pela partida escrita depois de acontecidas. É lá onde moram por um tempo curto, as súmulas. Súmula é o terreiro onde são libertas as frases que os árbitros dizem, mas ninguém sabe, durante e depois dos jogos.
Antes de levantar-se, desviou o olhar da máquina, que acho é uma Remington e sorriu para a santa.
Levantou-se.
Aquele reconhecimento de gramado chegou ao fim.

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Será que Michele tem curso de datilografia?

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