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Não espero nada de tão espetacular ou diferente dos anos anteriores. Tentar enganar o torcedor é tão somente uma demonstração de arrogância. Já se foi a época em que havia os ditos formadores de opinião na imprensa, de uma forma geral, bem como na esportiva. Cada pessoa é, ou deveria ser, suficientemente capaz de elaborar as suas próprias convicções, baseada naquilo que lhe é passado por meio de tantas fontes de informação. Saber filtrar, checar e comparar é fundamental no processo de construção do pensamento. Acredito que o jornalismo tradicional vive uma crise existencial, em virtude do descrédito evidenciado pela abertura das barreiras, antes intransponíveis, que faziam com que as empresas de comunicação assumissem o trabalho de um atravessador, ao enviar a notícia para o consumidor final. Só que no meio do processo há algo que deve ser levado em consideração: a linha editorial.
Não posso garantir, pelo que vi nos amistosos, que Treze e Campinense estão com times fortes, são indicados a ganhar títulos e conquistar acessos em 2020. Está meio estranho. Futebol hoje em dia, com raras exceções, só funciona com dinheiro e muito. Organizar, controlar, planejar e dirigir. São quatro pilares básicos da administração , que eu aprendi enquanto aluno na Universidade Federal de Campina Grande, nos anos 2000. Antigamente, todos faziam times praticamente com a mesma força, gastando pouco e não havia tanta previsibilidade na percepção dos favoritos. Me diga aí, para o Campeonato Brasileiro do ano que vem, por exemplo, quem são os postulantes ao sucesso? Flamengo, Palmeiras, Grêmio, Santos? Quem danado aposta no Vasco campeão? Fluminense, Botafogo, Bahia? É como corrida de Fórmula 1. Tenha o melhor carro e ganhe.
Por aqui, não tem como pensar diferente. O jeito é jogar o favoritismo para o  Botafogo paraibano de novo. Mesmo inconstantes, Galo e Raposa, seguem sendo os prováveis oponentes do Belo. Por mais que tenhamos equipes que, talvez possam dar alguns sustos nos três e um deles faça um campeonato capenga, como o Galo em 2019, é muito improvável que algum azarão incomode os gigantes. Embora eu possa queimar a língua, principalmente com relação ao Sport Lagoa Seca, que despachou com facilidade o anfitrião no Estádio Presidente Vargas, em jogo-treino e o Perilima, que está mostrando muita organização fora de campo –  o que já é um passo imprescindível para o êxito a curto ou longo prazo. Não esquecendo que lá estará o interminável Marcelinho Paraíba, que é um fenômeno , por ainda jogar profissionalmente aos 44 anos, quase 45. Deixando de lado essa estupenda particularidade do jogador, será que isso não demonstra também um pouco da baixa qualidade técnica do nosso futebol? Porque a ordem está bem definida. “Estourou” o moleque? É vendido aos 17 anos. Roda a Europa e quando estiver perto de parar vem para o Brasil. Para queimar a raspa do tacho, vai para o Nordeste.
No passado, em minhas últimas colunas do ano, nos meses de dezembro, tanto nos blogs , como no finado site Agora Esportes, eu sempre demonstrava a minha esperança de que  poderíamos aguardar algo de bom para os nossos times, mas após tantos fiascos, fora e dentro de campo, prefiro seguir o que a obviedade grita em me alertar. Teremos um estadual igual aos outros, sem muitas surpresas. Seremos figurantes nas Copas do Nordeste e do Brasil, no Brasileirão todos ficam onde estão e assim vamos em frente. Pode ser que eu esteja errado e tomara que eu incinere as papilas gustativas, mas não dá para ser inocente e acreditar em Papai Noel sempre.

O verdadeiro ganhador será aquele que começar a cuidar melhor do seu maior ativo – o torcedor, que está cansado de ver tanta cara feia na compra de ingresso, enfrentar fila, ser tratado como um Zé Ninguém, sentar em arquibancada quente, tomar sol na cara, apanhar e, em alguns casos, até dar a vida por um time num esporte que nunca será só futebol. Os torcedores não são mais e – na verdade – nunca foram bobos. Precisam ser tratados como parceiros e não somente servem para colaborar com a sacolinha, quando a quebradeira prevalece. Feliz ano novo. Pessimismo ou realismo? Escolha!

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