O problema do Treze não é ciúme de homem, guerra de vaidades, divergência de opiniões e conflitos internos. Isto sempre teve. O que tem provocado e ocasionado essa campanha desastrosa, inesperada e assustadora em 2019, é ruindade mesmo. Montaram um time fraco, aquém da expectativa da torcida e tradição do Alvinegro. A prova disso é que o comando técnico foi mudado, mas as derrotas vexatórias continuaram acontecendo.
Em 2018, o elenco disponível era muito superior. E olha que esse ano tem Série C pela frente. Só faltava inventar de ser rebaixado para a Série D. Aí complicaria de vez o meio de campo. Se for com esse time que está aí, deu ruim. Vai ter que começar do zero, pelo visto, como quase sempre acontece. Nunca na história desse país, Treze e Campinense mantiveram o mesmo plantel do Paraibano no Brasileiro.
Restam quatro jogos no campeonato estadual. Se quiserem ainda pensar em classificação, precisam vencer todos os adversários. Mas para isso, é mister que haja superação. Não adianta a torcida esculhambar, gritar, esbravejar. A palavra do momento para o Galo é resiliência. Embora seja um direito do torcedor, cobrar, dentro das normas do bom senso, é claro.
Trabalhar as limitações do time e tentar jogar o feijão com arroz. Dar a bola ao oponente e explorar os contra-ataques. É preciso armar estratégias ousadas e ao mesmo tempo conservadoras, de acordo com o jogo. Ignorar o peso da camisa e se equiparar aos pequenos para vencê-los. Respeitar os grandes para superá-los.
Se não der para chegar à semifinal, que pelo menos a história do Treze seja respeitada. O impensável rebaixamento para a segundinha já é uma triste possibilidade real. É hora de agir! Vocês já superaram momentos mais difíceis, como a própria Série B do Paraibano na década de 1990. Lembram-se da Copa Paraíba de 2009? O time estava na lama, sem competições importantes para disputar e mostrou raça. Perder para Perilima e Esporte de Patos não condiz com a trajetória da equipe. Estamos falando do atual vice-campeão brasileiro da Série D.
Nada contra as duas agremiações citadas. Muito pelo contrário. Elas tiveram os seus méritos. Foram eficientes e eficazes. O problema é que não estamos acostumados a ver o Treze com uma equipe tão limitada. Se tiver jeito, é bom que algo de diferente aconteça nessas últimas rodadas. Os olhos de todos estão voltados para o Estádio Presidente Vargas. Como disse numa “pelada” entre amigos, o irmão do ex-jogador conhecido como Nego Cão: “Eu sou ‘rim’, mas sou melhor do que tu”. Que venha o próximo problema. O Trovão pode ser o início da transposição das vitórias racionadas.